Muitos vampyros deveriam lembrar-se que tem pais e irmãos humanos. Logo, mesmo supondo que o atributo genético exista, ele não foi herdado dos genes de pai e mãe em absolutos 100% dos casos. A diferença maior está na personalidade (ou até naquilo que a Teosofia chama de “corpo astral”, “corpo etéreo” e “corpo mental”, para os crédulos). No tocante ao “corpo físico”, o fato de podermos gerar filhos de pessoas comuns, bem como de não termos asas ou rabo, é suficiente para que a biologia nos considere Homo sapiens (independentemente de qualquer capacidade psíquica desenvolvida).
Contudo, alergistas da universidade de Idaho fizeram exames em hematomaníacos e descobriram que eles realmente tinham deficiência de proteína do sangue. O fato mais importante é que é possível – e isso aconteceu muitas vezes – transformar um profundo desejo por sangue numa necessidade física da mesma forma que uma pessoa pode se viciar em álcool. Será que isso é evolução?
Dou a cada um o direito de discordar, mas gostaria de expressar minha tese de que se o vampyro adquire qualquer particularidade diversa do DNA herdado, essa mutação não produz algo extraordinário em um dia; embora possa avançar um passo na longa estrada que transformou um pequeno símio num homem.
Minha teoria é de que o lado vampyro da personalidade atua para “arrumar a casa” onde vive. Noutras palavras, um pensamento, vontade ou desejo forte podem influir e modificar a estrutura biológica do corpo humano.
Já se obteve fotos de glóbulos brancos recebendo ‘ordens’ de neurônios. Pesquisas comprovam que o bom humor contribui para a cura de um paciente enquanto a tristeza, o stress, etc. podem prolongar tratamentos ou mesmo fazer adoecer quem estava sadio, através da diminuição dos glóbulos brancos. (Também é assim que os efeitos placebo e nocebo “funcionam”). Mas isso não para por aí, pois a essência da humanidade está na interação dos genes com o ambiente.
Em fevereiro de 2001, pesquisadores da empresa americana de biotecnologia Celera e do censório público internacional Projeto Genoma Humano anunciaram a conclusão da primeira análise do código genético humano. Descobriu-se que o ser humano possui cerca de 30 mil genes, embora apenas 2% destes sejam considerados ativos – isto é, formam o corpo humano – e só 1% são exclusivamente humanos. A receita para fazer um homem é quase idêntica à que gera um camundongo.
A origem de certas formas de depressão está em bactérias carregadas no DNA (o homem possui 220 genes herdados de bactérias). A essência da humanidade está na interação destes poucos genes com o ambiente. Temos os genomas inteiros de vermes e vírus em nosso código e, longe de ser ruim, isso nos ajudou a evoluir. Mas o que será que acontece quando alguma coisa mexe, por exemplo, no cromossomo 6 (com 183 milhões de pares de bases), responsável pela anemia, dislexia, anormalidades dentárias, anemia de Falcone, degeneração da retina de progressão lenta, etc.?
No processo de evolução o ser humano já perdeu o quarto molar, presente em primatas, e segundo as estatísticas de profissionais de odontologia, o número de pessoas que tem de retirar os cisos pelo simples fato de que seu maxilar é pequeno demais para abrigar todos os dentes tem aumentado muito, principalmente nas cidades. Essas mesmas pessoas geralmente apresentam problemas no sistema digestivo como gastrite, úlcera, prisão de ventre, etc. A explicação exata de uma médica para mim foi que “o ser humano tem evoluído para alimentar-se de comida mole ou líquida”. O processo completo demora MILHARES DE ANOS e já foi observado pela paleontologia em outras espécies que se tornaram hematófagas. Alias, após os primatas, o animal mais semelhante ao Homo sapiens é o Desmodus rotundus (morcego vampiro comum). O que me parece ocorrer em alguns casos é que, pela intensa fixação na qual a mente mergulhara, o corpo deixa de reconhecer como inimigos certos agentes externos, portadores de DNA ‘útil’ em potencial ou, simplesmente, bons ‘reformadores’. Ao invés de combater aquilo que seriam inimigos tão fracos, o corpo – a mando da mente – abre suas portas
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