Aliás, nínguém nasce coisa alguma. Você nasce como um bebê e vai crescendo, vivendo e aprendendo. Mesmo que por ventura você tivesse a sorte de nascer em uma família romena, húngara ou de descêndencia eslava, isso não lhe concederia nenhum privilégio de ser mais "vamp" do que alguém nascido em qualquer outro lugar. Você poderia até romantizar seus ancestrais e suas vidas - e mesmo assim isso não te tornará algo mais, do que aquilo que você é capaz de estruturar na sua vida por você.
Você está "vindo a ser" ou "tornando-se" o tempo todo, primeiro para você e depois para terceiros. Você encontra o que procura através de suas vivências, crenças, símbolos e idéias com as quais você se identifica e sente-se pertinente e define um grau de vinculação com a referida idéia ou crença. Normalmente isso é parecido com "apaixonar-se", seja por um símbolo ou por uma abordagem.
Começamos a desenvolver vínculos sociais diversos com outras pessoas que também apreciam (ou rejeitam) e quase que paralélamente desenvolvemos vínculos com os valores e representações coerentes com o contexto escolhido. Nossa história e discurso pessoal (sim temos um!) que nos levam a esta "paixão" por algumas "idéias" e algumas "crenças" e não outras. Neste ponto só podemos ser responsáveis por escolher "o que queremos fazer" e "o que não queremos fazer".
Se escolhemos permanecer neste segmento, a escolha depende de nosso auto-conhecimento, do nosso conhecimento do patrimôniol simbólico e cultural do contexto e dos projetos pessoais ou coletivos que temos com este contexto cultural e social.Ou seja você protagoniza sua vida, seu discurso, seus projetos nesta cena e suas consequências.
Carregamos conosco tudo aquilo que superamos, sendo impossível destruirmos, rompermos ou deletarmos o que já passamos. Estamos sempre em um presente com brumas. Podemos olhar para trás no tempo, mas no geral veremos o passado com a ótica deste mesmo presente. Podemos olhar para o futuro e ainda assim o veremos com nossa ótica presente. O jeito como estamos existindo que define como vamos olhando e integrando nossas experiências.
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