Exercícios de Concentração
a) visuais
Coloque alguns objetos à sua frente, por exemplo, um garfo, uma faca, uma
cigarreira, um lápis, uma caixa de fósforos, a fixe o pensamento em um deles, durante
algum tempo. Memorize exatamente sua forma a sua cor. Depois feche os olhos a tente
imaginar esse mesmo objeto tão plasticamente quanto ele é, na realidade. Caso ele lhe fuja
do pensamento, tente chamá-lo de volta. No início você só conseguirá lembrar-se dele por
alguns segundos, mas com alguma perseverança e a repetição constante, de um exercício a
outro o objeto tomar-se-á cada vez mais nítido, e a fuga e o retorno do pensamento tornarse-
ão cada vez mais raros.
Não devemos assustar-nos com alguns fracassos iniciais, a se nos cansarmos,
devemos passar ao objeto seguinte. No começo não se deve praticar o exercício por mais
de dez minutos, mas depois deve-se aumentar a sua duração gradativamente até chegar a
meia hora. Para controlar as perturbações devemos usar o cordão de contas ou de nós
descrito no capítulo sobre a auto-sugestão. A cada perturbação devemos passar para a
conta ou nó seguinte, assim saberemos posteriormente quantas perturbações surgiram
durante o exercício. Este será bem sucedido quando conseguirmos fixar um objeto no
pensamento, sem interrupções, durante cinco minutos.
Depois de superarmos essa etapa podemos prosseguir, tentando imaginar os objetos
com os olhos abertos. Os objetos devem tomar-se visíveis diante de nossos olhos como se
estivessem suspensos no ar, a tão plásticos a ponto de parecerem palpáveis. Não devemos
tomar conhecimento de nada que esteja em volta, além do objeto imaginado. Nesse caso
também devemos controlar as perturbações com a ajuda do colar de contas. O exercício
será bem sucedido quando conseguirmos fixar nosso pensamento num objeto suspenso no
ar, sem nenhuma interferência, por no mínimo cinco minutos seguidos.
b) auditivos
Depois da capacidade de concentração visual, vem a capacidade auditiva. Nesse
caso a força de auto-sugestão tem no início uma grande importância. Não se pode dizer
diretamente: "Imagine o tic-tac de um relógio" ou algo assim, pois sob o conceito
"imaginação" entende-se normalmente a representação de uma imagem, o que não pode ser
dito para os exercícios de concentração auditiva. Colocando essa idéia de um modo mais
claro, podemos dizer: "Imagine estar ouvindo o tic-tac de um relógio". Para fins
elucidativos usaremos essa expressão; portanto, tente imaginar estar ouvindo o tic-tac de
um relógio de parede. Inicialmente você só conseguirá fazê-lo durante alguns segundos,
mas com alguma persistência esse tempo irá melhorando gradativamente e as perturbações
diminuirão. O cordão de contas ou de nós também deverá ser usado para o controle.
Depois, você deverá tentar ouvir o tic-tac de um relógio de bolso ou de pulso, a ainda, o
badalar de sinos, nas mais diversas modulações. Faça outras experiências de concentração
auditiva, como toques de gongo, pancadas de martelo a batidas em madeira; ruídos
diversos, como arranhões, arrastamento dos pés, trovões, o barulho suave do vento
soprando a até o vento mais forte de um furacão, o murmúrio da água de uma cachoeira, a
ainda, a música de instrumentos como o violino e o piano. Neste exercício o importante é
concentrar-se só auditivamente a não permitir a interferência da imaginação plástica. Caso
isso aconteça, a imagem deve ser imediatamente afastada; no badalar dos sinos, por
exemplo, não deve aparecer a imagem dos sinos, a assim por diante. O exercício estará
completo quando se conseguir fixar a imaginação auditiva por no mínimo cinco minutos.
c) sensoriais
O exercício seguinte é a concentração na sensação. A sensação escolhida pode ser de
frio, calor, peso, leveza, fome, sede, e deve ser fixada na mente até se conseguir mantê-la,
sem nenhuma imaginação auditiva ou visual, durante pelo menos cinco minutos. Quando
formos capazes de escolher a de manter qualquer sensação, então poderemos passar ao
exercício seguinte.
d) olfativosEm seguida vem a concentração no olfato. Imaginemos o perfume de algumas
flores, como rosas, lilases, violetas ou outras, e fixemos essa idéia, sem deixar aparecer a
representação visual dessas flores. A mesma coisa deve ser feita com os mais diversos
odores desagradáveis. Esse tipo de concentração também deve ser praticado até se
conseguir escolher qualquer um dos odores e imaginá-lo por pelo menos cinco minutos.
e) gustativosA última concentração nos sentidos é a do paladar. S em pensar numa comida ou
bebida ou imaginá-la, devemos concentrar-nos em seu gosto. No início devemos escolher
as sensações de paladar mais básicas, como o doce, o azedo, o amargo e o salgado. Quando
tivermos conseguido firmá-las, poderemos passar ao paladar dos mais diversos temperos,
conforme o gosto do aprendiz. Ao aprender a fixar qualquer um deles, segundo a vontade
do aluno, por no mínimo cinco minutos, então o objetivo do exercício terá sido alcançado.
Constataremos que esta ou aquela concentração será mais ou menos difícil para um
ou outro aprendiz, o que é um sinal de que a função cerebral do sentido em questão é
deficiente, ou pelo menos pouco desenvolvida, ou atrofiada. A maioria dos sistemas de
aprendizado só leva em conta uma, duas, ou no máximo três funções. Os exercícios de
concentração realizados com os cinco sentidos fortalecem o espírito e a força de vontade;
com eles nós aprendemos não só a controlar todos os sentidos e a desenvolvê-los, como
também a dominá-los totalmente. Eles são de extrema importância para o desenvolvimento
mágico, a por isso não devem ser desdenhados.
trecho do livro "a magia prática"
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