Licença.

Creative Commons License
Insano by Raul is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.
Based on a work at www.insanopoemas.blogspot.com.
Permissions beyond the scope of this license may be available at www.insanopoemas.blogspot.com.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Signos

Os signos são doze sinais no céu, nos quais a alma se abastece. Você tem os doze signos em seu mapa astrológico, independente do dia em que você nasceu. Cada um deles fornece um conceito para a sua vida prática (simbolizados pelas casas) e para os planos da sua psique, representados pelos planetas. Confira o significado dos signos e entenda o recado que cada um deles envia para a sua vida.

Os Doze Signos

Áries - Aventura e Agilidade - entradas e bandeiras
Touro - Produção e Travessia - caminhar sem se deter
Gêmeos - Complementação e Amizade - a união dos opostos
Câncer - Memória e Interiorização - voltar às origens
Leão - Valor e Centralização - extrair o brilho
Virgem - Pureza e Simplicidade - ordem e progresso
Libra - Lei e Equilíbrio - vale quanto pesa.
Escorpião - Mistério e Transformação - da lagarta à borboleta
Sagitário - Elevação e Transcendência - a seta e o alvo
Capricórnio - Totalidade e Sedimentação - o todo está em tudo.
Aquário - Liberdade e Fraternidade - o ser é igual ao universo
Peixes - Fé e Unificação - a gota do mar

ÁRIES

Áries representa a AGILIDADE e a AVENTURA e é regido pelo elemento Fogo, que simboliza entusiasmo e vibração. É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como podemos agir com heroísmo e coragem em nossa vida. Os planetas que estiverem em Áries se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Áries estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

TOURO

Touro representa o conceito da PRODUÇÃO e da TRAVESSIA, sendo regido pelo elemento Terra (praticidade e coerência). É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como podemos agir com perseverança e obstinação em nossa vida. Os planetas que estiverem em Touro se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Touro estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

GÊMEOS

Gêmeos representa o conceito da COMPLEMENTAÇÃO e da AMIZADE, sendo regido pelo elemento Ar (pensamento). É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como podemos unir os opostos que existem dentro de nós mesmos e no mundo em que vivemos. Os planetas que estiverem em Gêmeos se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Gêmeos estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

CÂNCER

Câncer representa o conceito da MEMÓRIA e da INTERIORIZAÇÃO, sendo regido pelo elemento Água (emoção). É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como podemos recolher os "pedaços" do nosso passado e recompor a nossa história. Os planetas que estiverem em Câncer se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Câncer estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

LEÃO

Leão representa o conceito do VALOR e da CENTRALIZAÇÃO, sendo regido pelo elemento Fogo (entusiasmo e vibração). É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como podemos extrair o nosso verdadeiro brilho, vencendo os "monstros" do ego. Os planetas que estiverem em Leão se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Leão estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

VIRGEM

Virgem representa o conceito da PUREZA e da PAZ, sendo regido pelo elemento Terra (praticidade e coerência). É através deste signo que temos a possibilidade de compreender a ordem e a simplicidade da vida, não nos deixando contaminar pelas impurezas próprias do mundo. Os planetas que estiverem em Virgem se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Virgem estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

LIBRA

Libra representa o conceito da LEI e do EQUILÍBRIO, sendo regido pelo elemento Ar (pensamento). É através dele que temos a possibilidade de compreender a noção de justiça e proporção em nossa vida emocional e cotidiana. Os planetas que estiverem em Libra se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Libra estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

ESCORPIÃO

Escorpião representa o conceito da TRANSFORMAÇÃO e do MISTÉRIO, sendo regido pelo elemento Água (emoção). É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como devemos sofrer as "metamorfoses" necessárias para que possamos enxergar além das aparências e da realidade superficial. Os planetas que estiverem em Escorpião se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Escorpião estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

SAGITÁRIO

Sagitário representa o conceito da ELEVAÇÃO e da TRANSCENDÊNCIA, sendo regido pelo elemento Fogo (entusiasmo e vibração). É através dele que temos a possibilidade de compreender como direcionar nossa energia para um alvo preciso, estimulando metas elevadas para a nossa vida. Os planetas que estiverem em Sagitário se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Sagitário estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

CAPRICÓRNIO

Capricórnio representa o conceito da SEDIMENTAÇÃO e do TODO, sendo regido pelo elemento Terra (praticidade e coerência). É através deste signo que temos a possibilidade de compreender o quanto devemos buscar alcançar a plenitude, o "cume" de nós mesmos. Os planetas que estiverem em Capricórnio se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Capricórnio estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

AQUÁRIO

Aquário representa o conceito da LIBERDADE e da FRATERNIDADE, sendo regido pelo elemento Ar (pensamento). É através dele que temos a possibilidade de compreender que somos feitos à imagem e semelhança do Princípio e que devemos imitar esta perfeição. Os planetas que estiverem em Aquário se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Aquário estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.


PEIXES

Peixes representa o conceito da FÉ e da UNIFICAÇÃO, sendo regido pelo elemento Água (emoção). É através dele que temos a possibilidade de compreender o desapego e a serenidade, numa entrega e confiança completa ao Sagrado. Os planetas que estiverem em Peixes se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Peixes estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

Signos

Os signos são doze sinais no céu, nos quais a alma se abastece. Você tem os doze signos em seu mapa astrológico, independente do dia em que você nasceu. Cada um deles fornece um conceito para a sua vida prática (simbolizados pelas casas) e para os planos da sua psique, representados pelos planetas. Confira o significado dos signos e entenda o recado que cada um deles envia para a sua vida.

Os Doze Signos

Áries - Aventura e Agilidade - entradas e bandeiras
Touro - Produção e Travessia - caminhar sem se deter
Gêmeos - Complementação e Amizade - a união dos opostos
Câncer - Memória e Interiorização - voltar às origens
Leão - Valor e Centralização - extrair o brilho
Virgem - Pureza e Simplicidade - ordem e progresso
Libra - Lei e Equilíbrio - vale quanto pesa.
Escorpião - Mistério e Transformação - da lagarta à borboleta
Sagitário - Elevação e Transcendência - a seta e o alvo
Capricórnio - Totalidade e Sedimentação - o todo está em tudo.
Aquário - Liberdade e Fraternidade - o ser é igual ao universo
Peixes - Fé e Unificação - a gota do mar

ÁRIES

Áries representa a AGILIDADE e a AVENTURA e é regido pelo elemento Fogo, que simboliza entusiasmo e vibração. É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como podemos agir com heroísmo e coragem em nossa vida. Os planetas que estiverem em Áries se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Áries estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

TOURO

Touro representa o conceito da PRODUÇÃO e da TRAVESSIA, sendo regido pelo elemento Terra (praticidade e coerência). É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como podemos agir com perseverança e obstinação em nossa vida. Os planetas que estiverem em Touro se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Touro estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

GÊMEOS

Gêmeos representa o conceito da COMPLEMENTAÇÃO e da AMIZADE, sendo regido pelo elemento Ar (pensamento). É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como podemos unir os opostos que existem dentro de nós mesmos e no mundo em que vivemos. Os planetas que estiverem em Gêmeos se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Gêmeos estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

CÂNCER

Câncer representa o conceito da MEMÓRIA e da INTERIORIZAÇÃO, sendo regido pelo elemento Água (emoção). É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como podemos recolher os "pedaços" do nosso passado e recompor a nossa história. Os planetas que estiverem em Câncer se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Câncer estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

LEÃO

Leão representa o conceito do VALOR e da CENTRALIZAÇÃO, sendo regido pelo elemento Fogo (entusiasmo e vibração). É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como podemos extrair o nosso verdadeiro brilho, vencendo os "monstros" do ego. Os planetas que estiverem em Leão se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Leão estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

VIRGEM

Virgem representa o conceito da PUREZA e da PAZ, sendo regido pelo elemento Terra (praticidade e coerência). É através deste signo que temos a possibilidade de compreender a ordem e a simplicidade da vida, não nos deixando contaminar pelas impurezas próprias do mundo. Os planetas que estiverem em Virgem se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Virgem estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

LIBRA

Libra representa o conceito da LEI e do EQUILÍBRIO, sendo regido pelo elemento Ar (pensamento). É através dele que temos a possibilidade de compreender a noção de justiça e proporção em nossa vida emocional e cotidiana. Os planetas que estiverem em Libra se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Libra estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

ESCORPIÃO

Escorpião representa o conceito da TRANSFORMAÇÃO e do MISTÉRIO, sendo regido pelo elemento Água (emoção). É através dele que temos a possibilidade de compreender onde e como devemos sofrer as "metamorfoses" necessárias para que possamos enxergar além das aparências e da realidade superficial. Os planetas que estiverem em Escorpião se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Escorpião estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

SAGITÁRIO

Sagitário representa o conceito da ELEVAÇÃO e da TRANSCENDÊNCIA, sendo regido pelo elemento Fogo (entusiasmo e vibração). É através dele que temos a possibilidade de compreender como direcionar nossa energia para um alvo preciso, estimulando metas elevadas para a nossa vida. Os planetas que estiverem em Sagitário se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Sagitário estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

CAPRICÓRNIO

Capricórnio representa o conceito da SEDIMENTAÇÃO e do TODO, sendo regido pelo elemento Terra (praticidade e coerência). É através deste signo que temos a possibilidade de compreender o quanto devemos buscar alcançar a plenitude, o "cume" de nós mesmos. Os planetas que estiverem em Capricórnio se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Capricórnio estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

AQUÁRIO

Aquário representa o conceito da LIBERDADE e da FRATERNIDADE, sendo regido pelo elemento Ar (pensamento). É através dele que temos a possibilidade de compreender que somos feitos à imagem e semelhança do Princípio e que devemos imitar esta perfeição. Os planetas que estiverem em Aquário se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Aquário estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.


PEIXES

Peixes representa o conceito da FÉ e da UNIFICAÇÃO, sendo regido pelo elemento Água (emoção). É através dele que temos a possibilidade de compreender o desapego e a serenidade, numa entrega e confiança completa ao Sagrado. Os planetas que estiverem em Peixes se abastecem nestes conceitos para se expressarem. A casa (ou casas) na qual Peixes estiver, indica em que setor prático da sua vida você tende a agir através da tônica deste signo.

WICCA DICAS PARA FEITIÇOS

WICCA

DICAS PARA FEITIÇOS

1 - Quando você estiver preparando um bom feitiço nunca misture panteões!

2
- Nunca trabalhe após as refeições e no dia dos feitiços procure não comer carne ou ingerir bebidas alcóolicas, e evite drogas.

3 - Nunca faça um feitiço se estiver esgotada fisicamente, um feitiço ou ritual de adoração pode consumir muita energia.

4
- Portanto não se esqueça de lembrar que nós bruxas, não podemos se esquecer da saúde do nosso corpo, por isso nunca descuide dele, trate-o bem, e faça dele o corpo que Afrodite desenhou para nós mulheres.

5
- Prefira alimentos vegetarianos e vitaminas, pratique caminhada, acampamentos, ecoturismo, dança e biodança, ioga, treine sua mente através da meditação, desdobramento astral, ou apenas reserve um tempo de sua folga para tomar um banho de cachoeira, ou conversar com a natureza e ouvi-la também.

6 - Bruxas gostam de jogar runas e aprender astrologia entre outras práticas divinatórias, aprenda pelo menos um pouco, nem que seja para você mesma.

7 - Nunca se esqueça de traçar o círculo quando for realizar um feitiço.

8
-Tome um banho bem relaxante antes do ritual e depois outro banho para limpar as energias do seu trabalho, limpe também desta mesma forma o círculo com uma vassoura, e também procure determinar exatamente o que será feito, para que não fique nada faltando, nem fique dúvidas.

9
- É bom você ter um animal guardião, você pode chamá-lo para ficar ao teu lado durante os feitiços.

10 - Você pode montar, velas para o Deus - Branca, vela para Deusa.- Preta, colocar pelo menos um símbolo para cada elemento, ervas, cristais, velas para os quadrantes do círculo, incenso adequado ao seu desejo, sal, pedras, e cálice de água da chuva.

11 - Todas as ervas utilizadas nos feitiços devem ser queimadas dentro do caldeirão.

12
- O fogo é o foco da nossa concentração, gire em torno dele para criar o Cone do Poder.

13
- O sucesso de um feitiço depende da sua concentração, dos que dos materiais utilizados. A força da Emoção e da vontade é essencial para que consiga bons resultados você pode criar uma frase para seu feitiço, de acordo com seu desejo.

14 - Para se fazer um feitiço é preciso que tenha quatro itens: Desejo, Concentração, Visualização e expectativa.

15 - É preciso ter um forte desejo, pois um feitiço depende muito da carga emocional que você quer permanecer firme a essa idéia.

16
- Também é necessário uma dose de concentração para que não desvie de seu projeto e possa manter a imagem fixa do seu desejo durante o ritual.

17
- Para que o desejo atinja os níveis mais profundos de nossa mente é necessário que ele seja expresso em imagens, pois o inconsciente trabalha através de símbolos e não de palavras.

18
- É importante que você consiga fazer uma visualização do seu desejo realizado num quadro e mais perfeito possível. No começo pode parecer difícil, mas seria bom fazer alguns elementos da visualização. Um exercício simples é olhar para um objeto, fechar os olhos e tentar revê-lo novamente com o máximo de detalhes.

19
- Finalmente você precisará de uma expectativa, isto é você deve acreditar realmente que o feitiço vai funcionar! Muitas vezes esta é a parte mais difícil, pois seria preciso manter o espírito confiante de uma criança. Tudo no universo tem seu tempo certo, e às vezes temos que ter paciência e esperar o momento favorável.

20 - Muitos feitiços realizados por pessoas iniciantes, pode não dar certo na primeira tentativa, e sempre é por esse motivo, não ter expectativa.

21 - É preciso que você estude muito as plantas de sua região, as medicinais e crie novos feitiços de acordo com sua personalidade.

22
- A Wicca é um aprendizado constante um eterno exercício de criatividade!

23 - Existe um "condensador psíquico" para melhorar os feitiços, e o melhor condensador é o chá de camomila, faça-o e deixe-o esfriar e durante o feitiço, deixe cair algumas gotas no material utilizado. A concentração de energias será muito mais rápido e fácil.

24
- Sempre diga quando encerrar um ritual ou feitiço: "Que seja para o bem de todos!" Isto evitará resultados desagradáveis.

25
- Por último é preciso ter paciência e até aprender com os próprios erros, quando se está iniciando na Arte da Feitiçaria.

26
- O importante é você conseguir harmonizar com as forças da natureza, e encontrar o Caminho para sua paz espirirtual.

27
- Antes de fazer um feitiço consulte os ciclos da lua, o horário planetário, as cores das velas e suas correspondências, o incenso também é bom saber o aroma adequado ao seu desejo, para que seu feitiço possa funcionar.

OBS:
Cuidado com as energias planetárias, pois a energia de Saturno é uma energia muito perigosa, para quem não tem muita vivência em feitiçaria.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Necronomicon?

O Necronomicon é o nome grego dada a suposta tradução de um antigo pergaminho escrito em árabe por Abdul Alhazred, um insano poeta árabe do Iémem, em Damasco por volta de 730 d.c. Este é talvez o grimório mais controverso que já existiu e as opiniões sobre sua natureza oscilam do completo horror a descrença absoluta.

Sua narração trata de uma metafísica nada confortadora à humanidade, onde nossas principais crenças e esperanças são bobagens, onde a própria existência de nossa civilização é completamente insiginificante diante dos acontecimentos do universo, e onde todos os valores éticos e morais que construimos não são mais do que uma tênue espuma se desfazendo rapidamente num mar de perversões e poderes cósmicos. O conteúdo do livro foi tido como tão maldito que boatos no meio ocultista afirmam que sua simples leitura basta para causar a danação de uma alma ou ainda provocar a loucura e morte física aos desavisados.

A idéia de disponibilizar o Necronomicon na nossa sessão de demonologia do Morte Súbita Inc. não é provar se o livro é real ou não, se foi criado por Lovecraft apenas para tornar suas estórias ainda mais incríveis ou se é de fato um livro que nos conta sobre as criaturas que povoaram a Terra eras antes da vida surgir no nosso planeta. Apenas colocamos à disposição material para que cada um possa ler e tirar suas próprias conclusões.

ÍNDICE

1 - Dos Antigos e sua descendência
2 - Das épocas e estações a observar
3 - Para erigir as pedras
4 - Dos diferentes signos
5 - Para produzir o incenso de Zkoba
6 - Para obter o pó de Ibn-Ghazi
7 - O unguento de Khephnes, o egípcio
8 - Para Gravar a Cimitarra de Barzai
9 - O Alfabeto de Nug-Soth
10 - A Voz de Hastur
11- Sobre Nyarlatothep
12 - Leng do deserto gelado
13 - Kadath, a incógnita
14 - Para evocar Yog-Sothoth
15 - Para evocar os globos
16 - Adjuração do grande Cthulhu
17 - Invocação de Shub-Niggurath, o Negro
18 - A Fórmula de Dho-Hna



Necronomicon?

O Necronomicon é o nome grego dada a suposta tradução de um antigo pergaminho escrito em árabe por Abdul Alhazred, um insano poeta árabe do Iémem, em Damasco por volta de 730 d.c. Este é talvez o grimório mais controverso que já existiu e as opiniões sobre sua natureza oscilam do completo horror a descrença absoluta.

Sua narração trata de uma metafísica nada confortadora à humanidade, onde nossas principais crenças e esperanças são bobagens, onde a própria existência de nossa civilização é completamente insiginificante diante dos acontecimentos do universo, e onde todos os valores éticos e morais que construimos não são mais do que uma tênue espuma se desfazendo rapidamente num mar de perversões e poderes cósmicos. O conteúdo do livro foi tido como tão maldito que boatos no meio ocultista afirmam que sua simples leitura basta para causar a danação de uma alma ou ainda provocar a loucura e morte física aos desavisados.

A idéia de disponibilizar o Necronomicon na nossa sessão de demonologia do Morte Súbita Inc. não é provar se o livro é real ou não, se foi criado por Lovecraft apenas para tornar suas estórias ainda mais incríveis ou se é de fato um livro que nos conta sobre as criaturas que povoaram a Terra eras antes da vida surgir no nosso planeta. Apenas colocamos à disposição material para que cada um possa ler e tirar suas próprias conclusões.

ÍNDICE

1 - Dos Antigos e sua descendência
2 - Das épocas e estações a observar
3 - Para erigir as pedras
4 - Dos diferentes signos
5 - Para produzir o incenso de Zkoba
6 - Para obter o pó de Ibn-Ghazi
7 - O unguento de Khephnes, o egípcio
8 - Para Gravar a Cimitarra de Barzai
9 - O Alfabeto de Nug-Soth
10 - A Voz de Hastur
11- Sobre Nyarlatothep
12 - Leng do deserto gelado
13 - Kadath, a incógnita
14 - Para evocar Yog-Sothoth
15 - Para evocar os globos
16 - Adjuração do grande Cthulhu
17 - Invocação de Shub-Niggurath, o Negro
18 - A Fórmula de Dho-Hna



Necronomicon: da origem até nossos dias

O Necronomicon (literalmente: "Livro de Nomes Mortos") foi escrito em Damasco, por volta de 730 d.C., sendo sua autoria atribuída a Abdul Alhazred. Ao contrário do que se pensa vulgarmente, não se trata de um grimoire (ou grimório), livro mágico de encantos, mas de um livro de histórias. Escrito em sete volumes no original, chegou à cerca de 900 páginas na edição latina, e seu conteúdo dizia respeito à coisas antigas, supostas civilizações anteriores à raça humana, numa narrativa obscura e quase ilegível.

Abdul Alhazred nasceu em Sanaa, no Iêmen, tendo feito várias viagens em busca de conhecimento, dominando vários idiomas, vagou da Alexandria ao Pundjab, na Índia, e passou muitos anos no deserto despovoado ao sul da Arábia. Embora conhecido como árabe louco, nada há que comprove sua insanidade, muito embora sua prosa não fosse de modo algum coerente. Alhazred era um excelente tradutor, dedicando-se a explorar os segredos do passado, mas também era um poeta, o que lhe permitia certas extravagâncias na hora de escrever, além do caráter dispersivo. Talvez isso explique a alinearidade do Necronomicon.

Alhazred era familiarizado com os trabalhos do filósofo grego Proclos (410-485 d.C.), sendo considerado, como ele, um neo-platônico. Seu conhecimento, como o de seu mestre, inclui matemática, filosofia, astronomia, além de ciências metafísicas baseadas na cultura pré-cristã de egípcios e caldeus. Durante seus estudos, costumava acender um incenso feito da mistura de diversas ervas, entre elas o ópio e o haxixe. As emanações desse incenso, segundo diziam, ajudavam a "clarear" o passado. É interessante notar que a palavra árabe para loucura (majnum) tem um significado mais antigo de "djinn possuído". Djilms eram os demônios ou gênios árabes, e Al Azif, outra denominação para o livro de Alhazred, queria dizer justamente "uivo dos demônios noturnos".

Como Determinar o Limite Entre a Loucura e a Sabedoria?

Semelhanças entre o Ragnarok, mito escandinavo do Apocalipse, e passagens do Al Azif sugerem um vínculo entre ambos. Assim como os djinns árabes e os anjos hebraicos, os deuses escandinavos seriam versões dos deuses antigos. Ambas as mitologias falam de mundos sendo criados e destruídos, os gigantes de fogo de Muspelhein equivalem aos anjos e arcanjos bíblicos, ou aos gênios árabes, e o próprio Surtur, demônio de fogo do Ragnarok, poderia ser uma corruptela para Surturiel, ou Uriel, o anjo vingador que, como Surtur, empunha uma espada de fogo no Juízo Final. Da mesma forma, Surtur destrói o mundo no Ragnrok, quando os deuses retornam para a batalha final. Embora vistas por alguns com reservas, essas ligações tornam-se mais fortes após recentes pesquisas que apontam o caminho pelo qual o Necronomicon teria chegado à Escandinávia. A cidade de Harran, no norte da Mesopotâmia, foi conquistada pelos árabes entre 633 d.c. e 643 d.c. apesar de convertidos ao islã, os harranitas mantiveram suas práticas pagãs, adorando a Lua e os sete planetas então conhecidos. Tidoa como neo-platônicos, escolheram, por imposição, da religião dominante, a figura de Hermes Trimegisto para representa-los como profeta. Um grupo de harranitas mudou-se para Bágdá, onde mantiveram uma comunidade distinta denominada sabinos. Alhazred menciona os sabinos. Era uma comunidade instruída, que dominava o grego e tinha grande conhecimento de literatura, filosofia, lógica, astronomia, matemática, medicina, além de ciências secretas relativas às culturas árabe e grega. Os sabinos mantiveram sua semi-independência até o século XI, quando provavelmente foram aniquilados pelas forças ortodoxas islâmicas, pois não se ouve mais falar deles à partir do ano 1000. No entanto, por volta de 1041, o historiador Miguel Psellus conseguiu salvar uma grande quantidade de documentos pertencentes aos sabinos, recebendo-os em Bizâncio, onde vivia. Quem levou esses documentos de Bagdá para Bizâncio permanece um mistério, mas é certo que o fez tentando preservar uma parte da cultura dos sabinos da intolerância religiosa da época. Psellus, que além de historiador era um estudioso de filosofia e ocultismo, juntou o material recebido num volume denominado "Corpore Hermeticum". Mas haviam outros documentos, inclusive uma cópia do Al Azif, que ele prontamente traduziu para o grego.

Por essa época, era costume os imperadores bizantinos empregarem guarda-costas vikings, chamados "varanger". A imagem que se tem dos vikings como bárbaros semi-selvagens não corresponde à realidade, eram grandes navegadores que, já no ano mil, tinham dado inicio a uma rota comercial que atravessaria milhares de quilômetros, passando pela Inglaterra, Groenlândia, América do Norte e a costa atlântica inteira da Europa, seguindo pela Rússia até Bizâncio. Falavam grego fluentemente e sua infantaria estava entre as melhores do mundo.

Entre 1030 a 1040, servia em Bizâncio como varanger um viking chamado Harald. Segundo o costume, sempre que o imperador morria, o varanger tinha permissão para saquear o palácio. Harald servia à imperatriz. Zoe, que cultivava o hábito de estrangular os maridos na banheira. Graças a ela, Harald chegou a tomar Varie em três saques, acumulando grande riqueza. Harald servia em Bizâncio ao lado de dois companheiros, Haldor Snorrason e Ulf Ospaksson. Haldor, filho de Snorri, o Padre, era reservado e taciturno. Ulf, seu oposto, era astuto e desembaraçado, tendo casado com a cunhada de Harald e tornado-se um grande 1íder norueguês. Gostava de discutir poesia grega e participava das intrigas palacianas. Entre suas companhias intelectuais preferidas estava Miguel Psellus, de quem Ulf acompanhou o trabalho de tradução do Al Azif, chegando a discutir o seu conteúdo como historiador bizantino. Segundo consta, foi durante a confusão de uma pilhagem que Ulf apoderou-se de vários manuscritos de Psellus, traduzidos para o grego. Ulf e Haldor retornaram à Noruega com Harald e, mais tarde, Haldor seguiu sozinho para a Islândia, levando consigo a narrativa do Al Azif. Seu descendente, Snorri Sturluaaon (1179-1241), a figura mais famosa da literatura islandesa, preservou essa narrativa em sua "Edda Prosista", a fonte original para o conhecimento da mitologia escandinava. Sabe-se que Sturlusson possuía muito material disponível para suas pesquisas 1ítero-históricas e entre esse materia1certamente estava o Al Azif, que se misturou ao mito tradicional do Ragnarok.

Felizmente, Psellus ainda pôde salvar uma versão do Al Azif original, caso contrário, o Necronomicon teria sido perdido para sempre. Ao que se sabe, não existe mais nem um manuscrito em árabe do Necronomicon, o xá da antiga Pérsia (atual Irã) levou à cabo uma busca na Índia, no Egito e na biblioteca da cidade santa de Mecca, mas nada encontrou. No entanto, uma tradução latina foi feita em 1487 por um padre dominicano chamado Olaus Wormius, alemão de nascença, que era secretário do inquisidor-mor da Espanha, Miguel Tomás de Torquemada, e é provável que tenha obtido o manuscrito durante a perseguição aos mouros. O Necronomicon deve ter exercido grande fascínio sobre Wormius, para levá-1o a arriscar-se em traduzí-lo numa época e lugar tão perigosos. E1e enviou uma cópia do livro a João Tritêmius, abade de Spanhein, acompanhada de uma carta onde se lia uma versão blasfema de certas passagens do Livro de Gênese. Sua ousadia custou-lhe caro. Wormius foi acusado de heresia e queimado numa fogueira, juntamente com todas as cópias de sua tradução. Mas, segundo especulações, ao menos uma cópia teria sido conservada, estando guardada na biblioteca do Vaticano.

Seja como for, traduções de Wormius devem ter escapado da Inquisição, pois quase cem anos depois, em 1586, o livro de Alhazred reapareceria na Europa. O Dr. John Dee, famoso mago inglês, e seu assistente Edward Kelley, estavam em Praga, na corte do imperador Rodolfo II, traçando projetos para a produção de ouro alquímico, e Kelley comprou uma cópia da tradução latina de um alquimista e cabalista chamado Jacó Eliezer, também conhecido como, "rabino negro", que tinha fugido da Itália após ser acusado de práticas de necromancia. Naquela época, Praga havia se tornado um ímã para mágicos, alquimistas e charlatões de todo tipo, não havia lugar melhor para uma cópia do Necronomicon reaparecer.

John Dee (1527-1608), erudito e mago elisabetano, pensava estar em contato com anjos e "outras criaturas espirituais", por mediação de Edward Kelley. Em 1555, já fora acusado, na Inglaterra, de assassinar meninos ou de deixá-los cegos por meio de mágica. É certo que Kelley tinha grande influência sobre as práticas tenebrosas de Dee, os anjos com os quais dizia comunicar-se, e que talvez só existissem em sua cabeça, ensinaram a Dee um idioma até então desconhecido, o enoquiano, além de outras artes mágicas. Se tais contatos, no entanto, foram feitos através do Necronomicon, é coisa que se desconhece. O fato é que a doutrina dos anjos de Dee abalou a moral da época, pois pregava entre outras coisas, o hedonismo desenfreado. Em 1583, uma multidão enfurecida saqueou a casa de Dee e incendiou sua biblioteca. Após tentar invocar um poderoso espírito que, segundo o vidente, lhes traria grande sabedoria, Dee e Kelley se separaram, talvez pelo fracasso da tentativa. Em 1586, Dee anuncia sua intenção de traduzir o Necronomicon para o inglês, à partir da tradução de Wormius. Essa versão, no entanto nunca foi impressa, passando para a coleção de Elias Ashmole (1617-1692), estudioso que transcreveu os diários espirituais de Dee, e finalmente para a biblioteca de Bodleian, em Oxford.

Por cerca de duzentos e cinquenta anos, os ensinamentos e escritos de Dee permaneceram esquecidos. Nesse meio tempo, partes do Necronomicon foram traduzidas para o hebreu, provavelmente em 1664, circulando em forma de manuscritos e acompanhados de um extenso comentário feito por Nathan de Gaza. Nathan, que na época contava apenas 21 anos, era um precoce e brilhante estudante da Torah e Talumud. Influenciado pelas doutrinas messiânicas judaicas vigentes na época, ele proclamou como o messias esperado a Sabbatai Tzavi, um maníaco depressivo que oscilava entre estados de transcendência quando se dizia que seu rosto parecia reluzir, e profunda frustração, com acessos de fúria e crueldade. Tais estados de ânimo eram tidos como o meio pelo qual Sabbatai se comunicava com outros planos de existência, como um Cristo descendo aos infernos, ou Orfeu, numa tradição mais antiga. A versão hebraica do Al Azif era intitulada Sepher há'sha'are ha-Da'ath, ou o "Livro do Portal do Conhecimento". Tratava-se de um comentário em dois capítulos do livro de Alhazred. A palavra para conhecimento, Da'ath, foi traduzida para o grego na Bíblia como gnosis, e na Cabala tem o significado peculiar de "não-existência", sendo representada às vezes como um buraco ou portão para o abismo da consciência. Seu aspecto dual parece indicar uma ligação entre o mundo material, com sua ilusão de matéria física e ego, e o mundo invisível, obscuro, do conhecimento, mas que seria a fonte da verdadeira sabedoria, para aqueles que pudessem suportá-la. Isso parece levar ao Astaroth alquímico e à máxima da magia, que afirma que o que está em cima (no céu) é como o que está em baixo (na terra). A ligação entre os dois mundos exigiria conhecimento do Abismo, abolição do ego e negação da identidade. De dentro do Abismo, uma infinidade de portões se abre. É o caos informe, contendo as sementes da identidade.

O propósito de Nathan de Gaza parece ter sido ligar o Necronomicon à tradição judaica da Cabala, que fala de mundos antigos primordiais e do resgate da essência sublime de cada ser humano, separada desses mundos ou submergida no caos. Ao lado disso, criou seu movimento messiânico, apoiado em Sabbatai Tzevi, o qual criou cisões e conflitos na comunidade judaica, conflitos que persistiram por pelo menos um século. Há quem afirme que uma cópia do Sha'are ha-Da'ath ainda existe, em uma biblioteca privada, mas sobre isso não há qualquer evidência concreta.

O ressurgimento do Necronomicon é constantemente atribuído ao escritor Howard Phillip Lovecraft, que fez do livro a base de sua obra literária. Mas não se explica como Lovecraft teve acesso ao livro de Alhazred. O caminho mais lógico para esse ressurgimento parece indicar o mago britânico Aleister Crowley (1875-1947). Crowley tinha fama de charlatão, proxeneta, toxicômano, promíscuo insaciável e bissexual, além de traidor da pátria e satanista. Tendo se iniciado na Ordem do Amanhecer Dourado em 1898, Crowley aprendeu práticas ocultas no Ceilão, na Índia e na China. Mais tarde, ele criaria sua própria ordem, um sistema mágico e uma nova religião, da qual ele seria o próprio messias. Ao que tudo indica, essa religião denominada "Lei de Thelema" se baseava nos conhecimentos do "Livro da Lei", poema em prosa dividido em três capítulos aparentemente ilógico, que segundo ele, lhe havia sido ditado em 1904 por um espírito chamado Aiwass.

Sabe-se que Crowley pesquisou os documentos do Dr. John Dee em Bodleian. Ele próprio se dizia uma reencarnação de Edward Kelley, o que explica em parte, seu interesse. Apesar de não mencionar a fonte de seus trabalhos, é evidente que muitas passagens do Livro da Lei foram plagiadas da tradução de Dee do Necronomicon. Crowley já era conhecido por plagiar seu mestre, Allan Bennett (1872-1923), que o iniciou no Amanhecer Dourado, mas há quem sustente que tais semelhanças foram assimiladas inconscientemente seja como for, em 1918 Crowley viria a conhecer uma modista chamada Sônia Greene. Aos 35 anos, judia, divorciada, com uma filha e envolvida numa obscura ordem mística, Sônia parecia ter a qualidade mais importante para Crowley naquele momento: dinheiro. Eles passaram a se ver durante alguns meses, de maneira irregular.

Em 1921, Sônia Greene conheceu H.P. Lovecraft. No mesmo ano, Lovecraft publicou o seu primeiro romance "A Cidade Sem Nome", onde menciona Abdul Alhazred. Em 1922, no conto "O Cão de Caça", ele faz a primeira menção ao Necronomicon. Em 1924, ele e Sônia Greene se casam. Nós só podemos especular sobre o que Crowley contou para Sônia Greene, e não sabemos o que ela contou a Lovecraft, mas é fácil imaginar uma situação onde ambos estão conversando sobre uma nova história que ele pretende escrever e Sônia comenta algumas idéias baseadas no que Crowley havia lhe contado, sem nem mesmo mencionar a fonte. Seria o bastante para fazer reluzir a imaginação de Lovecraft. Basta comparar um trecho de "O Chamado de Cthulhu" (1926) com partes do Livro da Lei, para notar a semelhança.

«Aquele culto nunca morreria... Cthulhu se ergueria de sua tumba e retomaria seu tempo sobre a Terra, e seria fácil reconhecer esse tempo, pois os homens seriam livres e selvagens, como os "antigos", e além do bem e do mal, sem lei ou moralidade, com todos gritando e matando e rejubilando-se em alegria. Então os "antigos" lhes ensinariam novos modos de gritar e matar e rejubilar-se, e toda a Terra arderia num holocausto de êxtase e liberdade» (O Chamado de Cthulhu).

«Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei... Todo homem e toda mulher é uma estrela... Todo homem tem direito de viver como quiser, segundo a sua própria lei... Todo homem tem o direito de matar quem se opuser aos seus direitos... A lei do forte, essa é a nossa lei e alegria do mundo ... Os escravos servirão»(Lei Thelemita).

Não há nem uma evidência que Lovecraft tenha visto o Necronomicon, ou até mesmo soube que o livro existiu. Embora o Necronomicon que ele desenvolveu em sua obra esteja bem próximo do original, seus detalhes são pura invenção. Não há nem um Yog-Sothoth ou Azathoth ou Nyarlathotep no original, por exemplo. Mas há um Aiwass...

O Que é o Necronomicon:

O Necronomicon de Alhazred trata de especulações antediluvianas, sendo sua fonte provável o Gênese bíblico e o Livro de Enoch, além de mitologia antiga. Segundo Alhazred, muitas espécies além do gênero humano tinham habitado a Terra, vindas de outras esferas e do além. Alhazred compartilhou da visão de neoplatoniatas que acreditavam serem as estrelas semelhantes ao nosso Sol, cada qual com seus próprios planetas e formas de vida, mas elaborou essa visão introduzindo elementos metafísicos e uma hierarquia cósmica de evolução espiritual. Aos seres das estrelas, ele denominou "antigos". Eram sobre-humanos e podiam ser invocados, desencadeando poderes terríveis sobre a Terra.

Alhazred não inventou a história do Necronomicon. Ele elaborou antigas tradições, inclusive o Apocalipse de São João, apenas invertendo o final (a Besta triunfa, e seu número é 666). A idéia de que os "antigos" acasalaram com os humanos, buscando passar seus conhecimentos para o nosso plano de existência e gerando uma raça de aberrações, casa com a tradição judaica dos nephilins (os gigantes de Gênese 6.2-6.5). A palavra árabe para "antigo" deriva do verbo hebreu para "cair" (os anjos caídos). Mas o Gênese é só um fragmento de uma tradição maior, que se completa, em parte, no Livro de Enoch. De acordo com esta fonte, um grupo de anjos guardiões enviados para observar a Terra viu as filhas dos homens e as desejou. Duzentos desses guardiões formaram um pacto, saltando dos ares e tomando as mulheres humanas como suas esposas, gerando uma raça de gigantes que logo se pôs a pecar contra a natureza, caçando aves, répteis e peixes e todas as bestas da Terra, comendo a carne e bebendo o sangue uns dos outros. Os anjos caídos lhes ensinaram como fazer jóias, armas de guerra, cosméticos, encantos, astrologia e outros segredos. O dilúvio seria a consequência das relações entre os anjos e os humanos.

«E não vi nem um céu por cima, nem a terra firme por baixo, mas um lugar caótico e horrível. E vi sete estrelas caírem dos céus, como grandes montanhas de fogo. Então eu disse: "Que pecado cometeram, e em que conta foram lançados?" Então disse Uriel, um dos anjos santos que estavam comigo, e o principal dentre eles: "Estes são os números de estrelas do céu que transgrediram a ordem do Senhor, e ficarão acorrentados aqui por dez mil anos, até que seus pecados sejam consumados"».(Livro de Enoch).

Na tradição árabe, os jinns ou djinns seriam uma raça de seres sobre-humanos que existiram antes da criação do homem. Foram criados do fogo. Algumas tradições os fazem sub-humanos, mas invariavelmente lhes são atribuídos poderes mágicos ilimitados. Os djinns sobrevivem até os nossos dias como os gênios das mil e uma noites, e no Corão eles surgem como duendes e fadas, sem as qualidades sinistras dos primeiros tempos. Ao tempo de Alhazred, os djinns seriam auxiliares na busca de conhecimento proibido, poder e riquezas.

No mito escandinavo, hoje bastante associado à história do Necronomicon, os deuses da Terra (aesires) e o gênero humano (vanas) existiam contra um fundo de poderes mais velhos e hostis, representados por gigantes de gelo e fogo que moravam ao norte e ao sul do Grande Girnnunga (o Abismo) e também por Loki (fogo) e sua descendência monstruosa. No Ragnarok, o crepúsculo dos deuses, esses seres se ergueriam mais uma vez num combate mortal. Por último, Siurtur e ou gigantes de fogo de Muspelheim completariam a destruição do mundo.

Essa é essencialmente a profecia de Alhazred sobre o retorno dos "antigos". É também a profecia de Aleister Crowley sobre o Àeón de Hórus. Os gigantes de fogo de Muspelheim não diferem dos djinns, que por sua vez se ligam aos anjos hebraicos. Como Surtur, Uriel carrega uma espada de fogo, e sua sombra tanto pode levar à destruição quanto a um renascimento. Assim, tanto os anjos e seus nephilins hebraicos quanto os "antigos" de Alhazred poderiam ser as duas faces de uma mesma moeda.

Como os Antigos São Invocados

É inegável que o sistema enochiano de Dee e Kelley estava diretamente inspirado em partes do Necronomicon, onde há técnicas de Alhazred para a invocação dos "antigos". Embora o Necronomicon fosse basicamente um livro de histórias, haviam algums detalhes práticos e fórmulas que funcionavam quase como um guia passo a passo para o iniciado entrar em contato com os seres sobre-humanos. Dee e Kelley tiveram que preencher muitas lacunas, sendo a 1inguagem enochiana um híbrido que reúne, basicamente, um alfabeto de 21 letras, dezenove "chaves" (invocações) em linguagem enochiana, mais de l00 quadros mágicos compostos de até 240l caracteres além de grande quantidade de conhecimento oculto. É improvável que esse material lhes tivesse sido realmente passado pelo arcanjo Uriel. Bulwer Lytton, que estudou a tradução de Dee para o Necronomicon, afirma que ela foi transcrita diretamente do livro original, e se eram ensinamentos de Uriel, o mais provável é que ele os tenha passado a Alhazred.

A ligação entre a linguagem enochiana e o Livro de Enoch parece óbvia. Como o livro de Enoch só foi redescoberto no século XVII, Dee só teria acesso à fragmentos do mesmo citados em outros manuscritos, como o Necronomicon de Alhazred, o que mais uma vez reafirma sua provável fonte de origem. Não há nenhuma dúvida que Alhazred teve acesso ao livro de Enoch, que só desapareceria no século IX d.C., sendo até então relativamente conhecido. Outra pista para essa ligação pode ser a chave dos trinta Aethyrs, a décima nona das invocações enochianas. Crowley chamava-a de "a maldição original da criação". É como se o próprio Deus a enunciasse, pondo fim à raça humana, à todas as criaturas e ao mundo que ele próprio criara. Isso é idêntico ao Gênese 6.6, onde se lê: "E arrependeu-se o Senhor de ter posto o homem sobre a Terra, e o lamentou do fundo de seu coração". Esse trecho segue-se à descrição dos pecados dos nephilins, que resulta na destruição do mundo pelo dilúvio. Crowley, um profundo conhecedor da Bíblia, reconheceu nisso a chave dos trinta Aethyrs, estabelecendo uma ligação. Em resumo, a chave (ou portão) para explorar os trinta Aethyrs é uma invocação no idioma enochiano, que segundo Dee seria o idioma dos anjos, e esta invocação seria a maldição que lançou os nephilins (ou "antigos") no Abismo. Isto se liga à práticas antigas de magia negra e satanismo: qualquer meio usado pelo mago no passado para subordinar uma entidade pode ser usado também como um método de controle. Tal fórmula existe em todo grimoire medieval, em alguns casos de forma bastante explícita. A entrada no trigésimo Aethyr começa com uma maldição divina porque esse é um dos meios de afirmar controle sobre as entidades que se invoca: o nephilin, o anjo caído, o grande "antigo". Isso demonstra, além de qualquer dúvida, que o sistema enochiano de Dee e Kelley era idêntico, na prática e em cadência, ao sistema que Alhazred descreveu no Necronomicon.

Crowley sabia disso. Uma das partes mais importantes de seu trabalho mágico (registrou-o em "A Visão e a Voz") era sua tentativa de penetrar nos trinta Aethyrs enochianos. Para isso, ele percorreu o deserto ao norte da África, em companhia do poeta Winner Neuberg. Ele já havia tentado fazê-lo no México, mas teve dificuldade ao chegar ao 28º Aethyr, e decidiu reproduzir a experiência de Alhazred o mais proximamente possível. Afinal, Alhazred levou a cabo seus estudos mais significativos enquanto vagava pela região de Khali, uma área deserta e hostil ao sul da Arábia. O isolamento o ajudou a entrar em contato com os Aethyrs. Para um plagiador como Crowley, a imitação é o primeiro passo para a admiração, não é surpresa essa tentativa, além do que ele também pretendia repetir os feitos de Robert Burton, explorador, aventureiro, escritor, lingüista e adepto de práticas obscuras de magia sexual. Se obteve sucesso ou não, é desconhecido pois jamais admitiu suas intenções quanto à viagem, atribuindo tudo ao acaso.

Onde o Necronomicon Pode Ser Encontrado:

Em nenhum lugar, com certeza, seria a resposta mais simples, e novamente somos forçados a suspeitar que a mão de Crowley pode estar metida nisto. Em 1912 ele conheceu Theodor Réuss, o 1íder da Ordo Templi Orientis alemã (O.T.O.) e trabalhou dentro daquela ordem por dez anos, até ser nomeado sucessor do próprio Réuss. Assim temos Crowley como líder de uma loja maçônica alemã. Entre 1933-1938, desapareceram algumas cópias conhecidas do Necronomicon. Não é segredo que Adolf Hitler e pessoas do alto escalão de eu governo tinham interesse em ocultismo, e provavelmente apoderaram-se dessas cópias. A tradução de Dee desapareceu de Bodleiam, roubada em 1934. O Museu Britânico também sofreu vários saques, sendo a edição de Wormius retirada de catálogo e levada para um depósito subterrâneo, em Gales, junto com as jóias da Coroa, onde permaneceu de 1939 a 1945. Outras bibliotecas simplesmente perderam cópias desse manuscrito e hoje não há nenhuma que apresente em catálogo uma cópia, seja em latim, grego ou inglês, do Necronomicon. O paradeiro atual do Al Azif original, ou de suas primeiras cópias, é desconhecido. Há muitas fraudes modernas, mas são facilmente desmascaradas por uma total falta de imaginação e inteligência, qualidades que Alhazred possuía em abundância. Mas há boatos de um esconderijo dos tempos da 2º Guerra, que estaria localizado em Osterhorn, uma área montanhosa próxima à Salzburgo, onde haveria uma cópia do manuscrito original, escrita pelos nazistas e feita com a pele e o sangue de prisioneiros de campos de concentração.

Qual o motivo para o fascínio em torno do Neconomicon? Afinal, é apenas um livro, talvez esperemos muito dele e ele não possa mais do que despejar um grão de mistério no abismo de nossos anseios pelo desconhecido. Mas é um mistério ao qual as pessoas aspiram, o mistério da criação, o mistério do bem e do mal, o mistério da vida e da morte, o mistério das coisas que se foram. Nós sabemos que o Universo é imenso, além de qualquer limite da nossa imaginação, mas o que há lá fora? E o que há dentro de cada um de nós? Seria o Universo um espelho para nós mesmos? Seriam os "antigos" apenas uma parte mais profunda de nosso subconsciente, o ego definitivo, o mais autêntico "eu sou", que no entanto participa da natureza divina?

Sábios e loucos de outrora já se fizeram essas perguntas, e não temeram tecer suas próprias respostas, seus mitos, imaginar enfim. A maioria das pessoas, porém, prefere criar respostas seguras, onde todos falam a mesma língua, cultivam os mesmos hábitos, respeitam a diversidade,cada qual em sua classe. O Necronomicon, porém, desafia nossas certezas, pois não nos transmite qualquer segurança acerca do Universo e da existência. Nele, somos o que somos, menos que grãos de pó frente à imensidão do Cosmo e muitas coisas estranhas, selvagens e ameaçadoras estão lá fora, esperando pelo nosso chamado. Basta olhar em qualquer tratado de Astronomia ou Astrofísica, basta ler os jornais. Isso é para poucos, mas você sabe que é verdade.

Método Utilizado Por Nostradamus Para Ver o Futuro:

Recolha-se à noite em um quarto fechado, em meditação, sozinho, sentando-se diante de uma bacia posta sobre um tripé e cheia de água. Acenda uma vela sob a bacia, entre as pernas do tripé, e segure um bastão mágico com a mão direita, agitando-o sobre a chama do modo como se sabe, enquanto toca a água com a mão esquerda e borrifa os pés e a orla de seu manto. Logo ouvir-se-á uma voz poderosa, que causa medo e tremor. Então, esplendor divino; o Deus senta ao seu lado.

Incenso de Alhazred:

- Olibanum, storax, dictamnus, ópio e haxixe.

À partir de que momento uma pessoa deixa de ser o que ela própria e todos os demais acreditam que seja? Digamos que eu tenha que amputar um braço. Posso dizer: eu mesmo e meu braço. Se fossem as duas pernas, ainda poderia falar da mesma maneira: eu mesmo e minhas duas pernas. Ou os dois braços. Se me tirarem o estômago, o fígado, os rins, admitindo-se que tal coisa seja possível, ainda poderia dizer: eu mesmo e meus órgãos. Mas se cortassem a minha cabeça, ainda poderia falar da mesma maneira? O que diria então? Eu mesmo e meu corpo ou eu mesmo e minha cabeça? Com que direito a cabeça, que nem mesmo é um membro, como um braço ou uma perna, pode reivindicar o título de "eu mesmo"? Porque contém o cérebro? Mas existem larvas, vermes e muitas outras coisas que não possuem cérebro. O que se pode dizer a respeito de tais criaturas? Será que existem cérebros em algum outro lugar, para dizerem "eu mesmo e meus vermes"?


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Os rituais: sabedoria ancestral

Os rituais: sabedoria ancestral e recurso impulsor de relações com os outros e com a natureza – Rituais e sons de tambores na arteterapia

f1_tomasrouzer_2.jpg

Fragmento de dibujo de Tomás Rouzer

Articulo 1. Os rituais: sabedoria ancestral e recurso impulsor de relações com os outros e com a natureza

Parece que uma das preocupações maiores do fim do século passado foi a preservação da natureza. Segundo Vidal (1994), têm surgido muitos ambientalistas dispostos a voltar os olhos com nostalgia para períodos passados, em busca de um equilíbrio mais justo. Atualmente, quando se faz referência à natureza, pensa-se em recursos naturais, preservação do meio ambiente, ecologia.

O presente trabalho pretende abordar determinados conceitos sobre a compreensão da relação entre as pessoas e o meio ambiente, como aqueles que foram e são usados nas sociedades milenares, neste caso, as nativas (indígenas), assim como os princípios filosóficos da Gestalt Terapia, que dizem respeito ao homem na sua relação com o mundo, incluindo as bases da filosofia dialógica de Martim Buber, em que são trabalhadas, minuciosamente, a relação do homem com o outro e com a natureza.

A abordagem gestáltica concebe a integração do homem com sua totalidade (cognitiva, sensório-motora, emocional, energética). Seu objetivo é restaurar a qualidade de contato com o mundo, e com a pessoa do outro, na sua singularidade. Esse contato apóia-se no vivido, na experiência de primeira mão, no aqui e agora. (Juliano, 1999, p.25)

A Gestalt concebe o homem como ser no mundo, como ser em relação, numa dialética na qual ele cria o mundo e é criado por este. O homem é, pois, agente das próprias transformações em sua vida, sendo necessário ¨tornar-se presente¨ para este próprio processo. Isto é procurar perceber sua realidade, sua problemática tal como é vivida e experienciada por ele. Estas formas de ser no mundo e de perceber a realidade se sustentam nas bases filosóficas da fenomenologia e do existencialismo.

Vignoli pontua que o terapeuta, quando trabalha na perspectiva fenomenológica, procura ter a atitude a ela correspondente, isto é, de abertura a uma percepção pré-conceitual, pré-teórica e pré-reflexiva do que acontece no encontro das duas consciências (terapeuta e cliente), o que é chamado por Husserl de “retorno às coisas mesmas”. Esta abertura perceptual se alterna naturalmente com os momentos em que a reflexão volta a acontecer, mas o que importa é a atitude básica que fica como um ¨fundo¨a essa alternância. (Vignoli, 2000, p.4)

Na maioria das sociedades ditas primitivas, bem como entre profissionais de diversas áreas, vem sendo resgatada uma visão mais unificada do mundo. Praticas oriundas da visão do homem no mundo da cultura indígena podem ser consideradas alternativas a mais nos trabalhos terapêuticos, pois, basearem-se numa uma forma mais simples de estar com as pessoas e a natureza, permitem um contato com a sabedoria ancestral de um país. Sem idealizar a cultura indígena, a autora não quer negar o outro lado dessas sociedades, que realizaram guerras e competições como outras sociedades existentes, mas sim resgatar aquilo que é saudável e natural na sua forma de relacionar-se com a vida.

O uso de dados culturais, instrumentos e rituais de tais povos enriquece nosso diálogo com eles e possibilita uma troca saudável entre culturas. Nesta proposta, considera-se que pode haver um grande aprendizado no contato com esses grupos, que vivem de forma mais plena a relação com a natureza.

O conceito de natureza, sendo uma construção cultural, é específico para cada sociedade. No caso das sociedades indígenas, que existem também no Brasil, há uma relação bastante íntima com a natureza. Elas preservam o meio circundante e vivem em estreita relação com o mundo animal e o vegetal.

Na visão de mundo das sociedades indígenas, o cosmos inclui tanto a sociedade como a natureza que interagem constantemente. Natureza e sociedade representam uma oposição que se inter-relaciona através de um processo contínuo de reciprocidade através de metáforas e símbolos, mitos e cerimônias, e mesmo comportamentos. (…) Cada sociedade possui uma certa criatividade cultural explicitada na forma como esta socializa a natureza. Analogias e metáforas no discurso cotidiano, mítico e ritual das sociedades indígenas reforçam o sentimento de que homens e animais participam da construção do cosmos. Existe sim a convicção de que homens e natureza estão inseridos em um só mundo. Tanto o mundo das plantas como o dos animais estão carregados, assim, de sentido simbólico, aproximando-os da sociedade humana, sejam as relações assim estabelecidas atrativas ou repulsivas. (Vidal, 1994, p.145)

O homem chamado “primitivo” quando vive sua vida no grupo a que pertence, encontra-se estreitamente vinculado à terra e às raízes de sua raça e costumes. Sua consciência da vida não conhece o limite do tempo e do espaço: o princípio vital (a alma) do indivíduo se identifica e multiplica como os dos animais, plantas, estrelas, sons, fragrâncias, sol, como tudo aquilo que vive, numa relação contínua e recíproca. Ele não se destaca no mundo, mas pertence a ele como a célula de um órgão pertence a um organismo complexo. (Castiglioni, 1971, p.29)

A teoria holística descreve a pertinência de modo semelhante, tomando por base que “toda a natureza é um todo coerente e unificado; os elementos orgânicos e inorgânicos do universo existem juntos em um processo continuamente mutante de coordenação de atividade. Cada um destes elementos (uma planta, um continente, uma criança, um girassol), é ele próprio um processo coordenado integral inserido no todo mais amplo”. (Latner, 1973, p.6).

A descrição do modo de estar no mundo do homem indígena assemelha-se com o que Buber chamou modo de relação EU-TU (termo da filosofia dialógica, por ele criada). Trata-se de um diálogo genuíno, no sentido do que ocorre entre os homens e entre os homens e o mundo. O ser humano pode assumir duas atitudes primárias que em relação aos outros: EU-TU e EU-ISSO. Uma vida saudável requer a alternância rítmica entre as duas polaridades.

Vignoli faz uma síntese pertinente:

No modo EU-TU, a pessoa relaciona-se com o outro sem intenções, entrega-se à vivência da relação abre-se à alteridade do outro sem querer transformá-lo ou mesmo conhecê-lo racionalmente. Há uma vivência imediata da relação na qual o EU e o TU constituem-se reciprocamente ao travar o “diálogo genuíno”. Nesse momento, pode nascer a palavra de cada um, ou pode acontecer o silêncio da palavra não formulada, mas presente em estado indiferenciado, pré-verbal. Mas esta vivência logo transforma-se na relação EU-ISSO, em que ocorre a objetivação e o distanciamento do Eu em relação ao parceiro, que passa à condição de ISSO. Nesse momento, o Eu se coisifica e se diferencia, torna-se, também, um ISSO. (Vignoli, 2000, p.6)

Na relação EU-ISSO, transforma-se o parceiro em objeto do conhecimento, do olhar classificador e analítico. Observa-se o outro para controlá-lo. Deixa-se de vê-lo na unicidade que lhe é própria, como um ser autônomo. A relação tem um objetivo especifico. Quando a pessoa se fixa no mundo do ISSO perde de vista sua humanidade, esquece que “Toda relação atual no mundo realiza-se numa permuta de atualidade e latência, todo TU individual deve transformar-se em crisálida do ISSO para que as asas cresçam novamente. Mas, na verdadeira relação a latência não é mais que a pausa da atualidade onde o TU permanece presente.” [1]

Atualmente, a sociedade vive relações onde prevalece com maior força o individualismo. Por diversas razões se acentuam o afastamento e a destruição em relação à natureza e ao natural na vida. Dada esta situação é relevante, segundo os critérios da facilitadora, resgatar alguns elementos do modo de estar no mundo ancestral, mais próximo a uma postura dialógica, reintegrando no espaço terapêutico e na vida atual dos grupos o vínculo e um novo modo de estar entre as pessoas e com a natureza, herança de nossos ancestrais, de forma elementar e simples: reciprocidade, união, cura natural e bem-estar.

O pensamento de Buber fornece uma importante contribuição à idéia de vínculo que se quer desenvolver durante a experiência descrita neste trabalho com as mulheres, principalmente no momento do ritual e do trabalho corporal. Ele diz que:

O pressuposto mais importante para o aparecimento do diálogo genuíno é que cada um deveria olhar seu parceiro como a pessoa que é. Torno-me consciente dele, consciente de que ele é diferente, essencialmente diferente de mim, de uma forma única e definida, que lhe é própria. E aceito aquele a quem vejo assim, de modo que possa em plenitude dirigir o que lhe digo como pessoa que é. (Buber, citado in: Hycner, 1997)

“Em universos sócio-culturais específicos, como aqueles constituídos por cada sociedade indígena no Brasil, os mitos se articulam à vida social, aos rituais, à historia, à filosofia própria do grupo, com categorias de pensamento localmente elaboradas que resultam em maneiras de conceber o homem, o tempo, o espaço, o cosmos” (Lopes da Silva, 1994, p.77). A relação sadia com os mitos pode fazer parte dos elementos do contexto que podem facilitar o resgate do fluxo saudável entre senso de identidade pessoal, por um lado, e vivência de união com a natureza e com os outros homens, por outro.

Nesta proposta de trabalho no Casarão, escolheu-se os rituais como recursos a serem considerados na arteterapia, na saúde e na educação. Não se trata de impor outra cultura, de não reconhecer a cultura própria de uma determinada região, e sim de integrar alguns rituais de nossos ancestrais como algo valioso para o desenvolvimento, tanto do indivíduo como do grupo. Os rituais podem ser tradicionais ou reinventados e adaptados ao grupo de trabalho. Destaca-se a intenção de resgatar, principalmente, os ritos ancestrais da terra nativa, neste caso o Brasil, país integrante da América do Sul, pelo fato de haver a tendência em alguns meios culturais de considerar que rituais, cerimônias e o uso de instrumentos musicais provenientes do Oriente são geralmente mais adequados para fins espirituais e terapêuticos. O contato com as formas ancestrais próprias de uma região permite às pessoas a abertura para uma visão do mundo mais abrangente e integrada, que pode vir a ser uma fonte de uma forma mais saudável e solidária de estar na vida, que a elas, a seria inerente, mas ¨adormecida¨.

Quando se propõe o uso de rituais mais próximos às raízes culturais dos participantes não se quer dizer que são melhores ou mais vantajosos em relação aos rituais do Oriente. O espírito da proposta quer promover ou valorizar a sabedoria dos rituais próprios de cada região. Segundo Lopes da Silva (1994), eles são produtos e reflexão de um povo sobre sua vida, sua sociedade, sua história, expressam concepções e experiências que se constroem e reconstroem ao longo do tempo “dialogando com as alterações trazidas pelo fluir do tempo, pelo circular em novos espaços, pelo contracenar com novos atores” (Lopes da Silva, 1994, p.76). Há uma tendência de esquecer o que é próprio de nossa cultura, nossa diversidade; a negação das origens ancestrais pode levar a sua extinção, situação que seria penosa pelo aporte valioso que elas representam no que diz respeito ao resgate de uma visão mais saudável da relação do homem com o mundo.

Segundo Lopes da Silva, o ritual permite a experiência e, nela, a transformação e, ainda, a ação. Sai-se dele renovado, em outra condição. A idéia de foco na vivência, na experiência do ritual, está relacionada à prática e teoria da Gestlat-Terapia, que privilegia a vivência mesma da relação em terapia e que vê conscientização e ação como fatores transformadores em si mesmos.

Em muitas sociedades indígenas, o ritual é o momento mesmo da inserção da humanidade no universo mais amplo; é o lugar mesmo da confluência e da presença concomitante do sobrenatural, da natureza e da humanidade. E, por outro lado, da reafirmação dos laços de solidariedade interna, da troca recíproca, da expressão concreta da dimensão econômica dos ritos, através da redistribuição e partilha de alimentos.

É assim que símbolos, sentimentos, concepções e matérias se encontram e se mesclam no universo do mito e da cosmologia, permeando vida e pensamento, sociedade e natureza, dando sentido à experiência humana no mundo. Não como ideologia que aliena, distorce e distancia, mas como consciência do valor das coisas, esquema interpretativo à disposição do sujeito que conhece o mundo e age sobre ele (…) Cosmologias e seus mitos associados são produtos e são meios de reflexão de um povo sobre sua vida, sua sociedade, sua história…constroem-se e reconstroem-se ao longo do tempo. (Lopes da Silva, 1994, p 76)

Aqui se acrescenta que os ritos brindam um Estar Presente consigo e com o outro. O sentido principal do ritual é estar em união com os outros e em conexão com a vida.

Há diversos tipos de rituais no Brasil, mas, pelo curto espaço de tempo da autora no país e o fato de ser peruana, se considerou um ritual procedente do Peru, quando a idéia inicial era trabalhar rituais nativos do Brasil. Foi escolhido para a vivência o ritual Kintu (as três folhas de coca). Deste, apenas uma parte pôde ser realizada pois há momentos, no transcorrer da cerimônia, em que somente um mestre andino pode atuar; por outro lado, em respeito à religião de algumas participantes, sugeriu-se não mastigar a coca ou usar outras folhas simulando ser de coca, caso não desejassem, já que o objetivo principal do ritual é compartilhar e sentir a troca de folhas como um estar no grupo, em reciprocidade.

Pode-se dar uma aproximação geral ao significado do uso das folhas de coca. Achados arqueológicos mostram vestígios do uso das folhas de coca (Erythroxylon Coca) há 2 mil anos A.C. Milhares de andinos elevam ao alto suas folhas de coca, seus pensamentos e sua devoção todos os dias, buscando a reciprocidade com aquela que nos dá o dom da vida, a Mãe Terra Pachamama.

A coca, uma folha de cor verde oliva, às vezes amarga, às vezes doce, para os andinos não é considerada “droga”, no sentido pejorativo de dano e degeneração que conhecemos, pois para eles “droga” é o que o homem produziu com suas próprias mãos para outros fins usando uma dádiva curativa da Mãe Terra. Ouve-se falar da maldição inca, de que quando o homem branco fizesse mal uso da planta sagrada, ela o destruiria, e eis que aí temos a cocaína, alterada quimicamente, destruindo muitas vidas.

Os efeitos medicinais da folha da coca são como de um estimulante, além de melhorar o metabolismo, a oxigenação do sangue, a freqüência respiratória, o mal de altura (mal de puna ou soroche), diarréias, dores de cabeça, anemias, tirar a fome e ajudar em problemas estomacais. A composição da folha de coca contém fósforo, ferro, cálcio, proteínas, carboidratos, vitaminas como a A, B1, B2 e C.

Os Paqos, sacerdotes andinos, usam uma chuspa, uma bolsinha de tecido ou de pele de lhama para carregar as folhas de coca. Fazem adivinhação através das folhas e também oferendas importantes para retribuir à Pachamama o dom da vida e seu sustento que vem da terra. A principal oferenda ritual chama-se k’intu que compreende três folhas de coca (ou seis ou nove, ou mais, múltiplos de três), cada uma representa os três mundos que existem na cosmologia andina. Essas folhas são consagradas com um pequeno sopro ou com o hálito, que significa o sopro de vida que todos temos dentro de nós. Junta-se também as folhas a oferendas que contém tabaco, bebidas, doces, chamadas por alguns de “pagos” ou “despachos”.

As folhas de coca também podem ser usadas para troca, para retribuir serviços, ou como sinal de amizade e partilha. É interessante observar, para quem já teve a oportunidade, as relações inter-pessoais que se estabelecem através do ato de compartilhar a coca. (Menkaiká, 2005)

Analisando a partir destas sociedades, pode-se dizer que o uso dos rituais e o uso dos instrumentos nativos, seus sons (tema que se abordará mais adiante), são propiciadores enquanto recursos de criação coletiva, facilitadores de uma forma mais elementar de estar presente consigo e com o outro, de criar algo em um espaço seguro e aconchegante, coincidente com as bases dialógicas e fenomenológicas da gestalt terapia.

Winnicott (1983), apesar de pertencer à psicanálise, uma linha diferente da gestalt-terapia, apresenta reflexões que estão muito próximas desta ao focalizar, no processo de desenvolvimento psíquico, a qualidade das relações. Ele diz que o homem precisa de um “ambiente suficientemente bom” para que se coloque de uma forma verdadeira e criativa no mundo. É importante, segundo o facilitadora, oferecer um ambiente acolhedor, cooperativo, afetivo, espiritual, sem crítica, para que as pessoas possam se expressar com segurança, ser elas mesmas, individualmente e em comunidade.

Não diremos que rituais e tambores curam, mas consideramos o resgate de conhecimentos e práticas nativas de nossos ancestrais como um recurso valioso, de valor terapêutico e espiritual, pelo fato de contribuir para a harmonização natural da pessoa consigo mesma e com a natureza, e para a melhora da relação com o outro e também com o profissional. Daí a importância de resgatar os rituais ou cerimônias de um país para que se integrem como outros recursos artísticos na arteterapia em grupo. Assim, divulgam-se as tradições de uma cultura, melhor dizendo, re-inventam-se rituais que unam a todos entre si e também com a natureza, dando graças a esta por suas doações à vida.


Referências Bibliográficas
BUBER, Martin. Eu e Tu. Campinas: Editora Moraes.1986.
CASTIGLIONI, Arturo. Encantamiento y magia. Itália: Fondo de Cultura Econômica. 1972.
CLARK JULIANO, Jean. A arte de restaurar histórias… o diálogo criativo no caminho pessoal. 1999.
FRAGA, Marcos. Tambor: um catalisador de energia refinada. http://www.terramistica.com.br. Acceso em: Artigos. Porto Alegre. 2005
HYCNER, Richard, JACOBS, Lynne. Relação e Cura em Gestalt-Terapia. Summus editorial. São Paulo. 1997.
LATNER,. In:__Tese de doutoramento I thou Relation in Gestalt Therapy. Lynne Margaret Jacobs. Los Angeles.1976.
LOPES DA SILVA, Aracy. Mitos e cosmologias indígenas no Brasil: breve introdução. In:__Indios no Brasil. Ministério de Educação. Brasília. 1994
MENKAIKA, Tatiana. Folha de Coca: alimento para o corpo, o espírito e o coração. 2005. http://www.terramistica.com.br. Acceso em: Artigos. Porto Alegre.
VIDAL, Isabelle. Os índios e suas relações coma natureza. In: __GRUPIONI, Luis (org) Índios no Brasil. Mistério de Educação e Cultura. Brasília. 1994
VIGNOLI, Tereza. Apostila “Pensando sobre a relação”. 2000.
WINNICOTT, D. W. O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.

[1] Buber, Martin. Eu e Tu. 1974. passim.

Tags: , , , , ,

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Para "SACERDOTES" da magia: Negra, Vermelha, Wicca, Branka... Como posso ser iniciado por Sacerdotes???

Para "SACERDOTES" da magia: Negra, Vermelha, Wicca, Branka... Como posso ser iniciado por Sacerdotes???

Quero Mt ser Iniciado em alguma linha de magia, digo alguma porque nao faço distinçao da linha, pois nao eh so por estar na Magia Negra que ira se praticar o mal, ou nao eh so por se estar na Branca que ira se fazer so o bem... Creio que a indole seja mais forte e eh inerenta a cada individuo e eh o que fala na hora de praticar um ritual.
Quero angariar conhecimento, ter um instrutor que tenha um bom konhecimento de Magia que tenha autoridade para fazer iniciaçoes.
Ja estudo esoterismo e magias ha algum tempo, mt embora o esoterismo seja bm diferente da pratica da Magia e Rituais das linhas as quais prokuro.
"Sacerdotes", peço a ajuda de voces.
Kontatem me!!!
Quero me iniciar, nao importa se na respeitada Wicca, na Polemica Magia Negra, ou na branda Magia Branca. Estou disposto a dedicar me inteiramente sem preconceitos!!!
Conto com a ajuda de Voces.
Desde ja,
......................................…
  • 3 anos atrás

Detalhes Adicionais

Hahaha!!!
Ironias serao desconcideradas!
E com todo o respeito:
-"EVANGELIKOS EU OS ODEIO, VOCES SAO PREKONCEITUOSOS E AXAM QUE SAO OS UNIKOS QUE ESTAO CERTOS"

Obs. Quero mr iniciar sim, em qualquer linha, mas nao pretendo fazer o mal a ninguem, entretanto eu nao veja mal em usar o okultismo p defender alguns interesses...

3 anos atrás